II Bienal Internacional de Teatro da USP

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Photo: Andy Icaza

O coletivo La Pocha Nostra apresenta dia 12 de dezembro, às 20h, na Barra Funda no Centro Compartilhado de Criação a performance Spiritus Mundi VS Aztec Ouroborus. O novo trabalho do grupo, que compõe a programação da II Bienal Internacional de Teatro da USP, emprega uma marca estética “robótico-barroca / cyborg-kitsch” e um humor ácido. Traz uma série de ações xamânicas e psicomágicas bem-humoradas e ousadas que continuam a busca do coletivo por uma noção mais complexa de identidade e de pertencimento social.

Através da apresentação de uma linguagem ritual viva Spiritus Mundi ativa o imaginário coletivo como um território para a Artivista. Na peça, a imaginação radical é usada como uma ferramenta contra o conservadorismo extremo e a violência, o impiedoso poder corporativo, o narcisismo da mídia social, a gentrificação cultural moderna, a intolerância da diferença, e perda de fé na humanidade e na democracia.

A performance apresenta imagens combinadas com remixes de algumas ações clássicas da trupe, e esse entrelaçamento tenta falar de volta a um universo solipsista que parece comer sua própria cauda. A trupe aborda várias questões ancoradas no corpo tais como: raça, sexo, idade, nacionalidade, etnia, práticas e capacidades corporais, através de temas que vão desde a cultura da violência contra “o outro” (incluindo emigrantes, refugiados, mulheres, transgêneros), a perda de esperança em formas tradicionais de ativismo e as políticas do envelhecimento do corpo, sua fluidez de gênero, etnia e nacionalidade. Como na maioria dos projetos Pocha, a audiência é frequentemente convidada a participar nesta experiência bizarra, ajudando os artistas a re-imaginar uma nova iconografia, intervindo na performance com seus próprios corpos e encarnando juntos “os sonhos e pesadelos de nossos tempos atuais”.

Com esse formato La Pocha Nostra invoca uma “forma desajeitada, mas eficiente, da prática democrática radical.” A revelação do processo, o espaço, a pesquisa de novas imagens e formatos, torna-se o projeto real. Esta nova peça foi desenvolvido pela trupe em várias residências ao longo de 2015 e vem apresentando-se em diversas configurações ao redor do globo. A versão feita para a II Bienal Internacional de Teatro da USP irá incluir solos alternados, duetos e trios de Saul Garcia Lopez, Michele Ceballos Michot, Dani d’Emilia e Daniel B.Chavez.

 

Video: Roderick Steel