Senti-pensares transcorporalmente uterinos

Si no cabemos en las narrativas hegemónicas de la ‘maternidad’, busquemos formas de parir nuestra contramitologías.

Era uma vez um corpo com útero, o meu. Durante anos eu me perguntava qual era seu propósito, para além das narrativas cisheteropatriarcais que me invadiam. Um dia descobri que meu útero estava crescendo e que já havia se expandido até o tamanho de uma gravidez de 4 meses. Eu estava grávida de mim mesmx. Minha própria narrativa dissidente havia se materializado dentro de mim sob a forma de um tumor benigno. Com meu útero parí minha própria lucidez quanto aos caminhos de minha politica-poetica física e emocional. Descobrí que transcorporalmente meu útero e eu somos muito mais poderosxs e geradorxs. Sem descendentes genéticos – e como parte de familias cuir expandidas e tantaculares – seguiremos nutrindo uma vida de amor radicalmente expandido, para todo sempre. – Dani d’Emilia, Lisboa, Nov 2017 (dez meses após da minha histerectomia)

Acceda al articulo sobre U TE(A)R US publicado en Pikara Magazine – Número VI (En papel, Septiembre 2018 / online 2019)

+ info sobre a performance duracional U TE(A)R US, realizada no Brasil em 2017

If we do not fit into the hegemonic narratives of ‘motherhood’, let us look for ways to give birth to our counter-mythologies.

Once upon a time I had a uterus in my body. For years I wondered what its purpose was, beyond the cisheteropatriarcal narratives that invaded me. One day I discovered my uterus had been growing and had already expanded to the size of a 4 month pregnancy. I was pregnant with myself. My own dissident narrative had been materializing itself within me in the form of a benign tumor. With my uterus I birthed my own lucidity regarding the paths of my physical and emotional politics-poetics. I discovered that transcorporeally my uterus and I are much more powerful and generative. With no genetic descendants and as part of cuir transnational and tentacular families, we shall continue nurturing a life of/in radically expanded love, forever after. – Dani d’Emilia, Lisboa, Nov 2017 (ten months after my hysterectomy)

Access the English translation of the article on U TE(A)R US published in Pikara Magazine – Número VI (On paper, September 2018, online 2019)

+ info on the durational performance U TE(A)R US, Brasil 2017